Instrumentos de Trabalho na Maçonaria

Introdução

Aquilo que caracteriza melhor cada grau na Maçonaria são os seus Instrumentos de Trabalho, escolhidos de maneira a sintetizar e expressar, emblematicamente, a essência do que se trata de ensinar ao estudante.

Estes Instrumentos de Trabalho podem ser estudados de duas maneiras principais. Uma consiste em observar o uso que deles fazem os Maçons ou pedreiros operativos; a outra, em analisar os princípios filosóficos e fundamentais em que cada um se baseia. Desta forma, podemos perceber a lição espiritual que cada um destes instrumentos encerra, assim como os meios materiais de expressar semelhante ensinamento espiritual na vida prática.

É necessário ter presente que a Maçonaria é uma ciência progressiva e que os seus três graus constituem um todo. O mesmo se aplica aos Instrumentos de Trabalho, cujos três grupos são progressivos. Por conseguinte, é proveitoso fazer uma comparação sucinta dos Instrumentos de Trabalho do Aprendiz com os do Companheiro, para entender a sua ordem de sucessão e afinidade.

 

Instrumentos de Trabalho do Aprendiz e do Companheiro

As diferenças entre os Instrumentos de Trabalho do primeiro e do segundo graus são notáveis. Do ponto de vista operativo, o Aprendiz talha a pedra bruta, dando o tamanho e a forma devidos, por meio do Malho e do Cinzel. Trabalha na Cantaria, onde prepara isoladamente as pedras, obedecendo a um plano que ele ignora. Trabalha numa só pedra cada vez e não precisa saber onde esta será colocada, nem qual a sua relação com as demais.

No grau de Companheiro, o trabalho toma um novo aspecto e avança na arte. Embora o Companheiro receba novos instrumentos, estes não substituem os do primeiro grau, mas agregam-se a eles. Ainda conserva a Régua de 24 polegadas, o Malho e o Cinzel, pois ainda resta trabalho a ser realizado com eles. O Companheiro deve preparar melhor a pedra, suavizando e polindo suas superfícies, cortando as molduras, para embelezar e dar elegância à estrutura.

 

Novos Instrumentos do Companheiro

Os novos instrumentos do Companheiro são o Esquadro, o Nível e o Prumo, símbolos significativos da parte formal da Maçonaria. O Templo se erige sobre um fundamento à nível, traça-se com o Esquadro e levanta pedra por pedra, ajustando-as com o Prumo. Estes três instrumentos caracterizam o segundo grau e são as jóias móveis dos três principais Oficiais, indicando seu valor supremo.

O Esquadro, o Nível e o Prumo são utilizados unicamente na sede do Templo. O Aprendiz não necessita do Nível nem do Prumo, instrumentos relacionados com o trabalho de forma isolada. O Companheiro, que trabalha no local da edificação, colocando pedra sobre pedra, não poderia levar a cabo sua tarefa sem o Nível e o Prumo. Cada fileira deve estar nivelada cuidadosamente, e cada pedra deve ser colocada com perfeita verticalidade, posição comprovada pelo Prumo.

 

Individualidade e Associação

O trabalho do Aprendiz é individualista, enquanto que o do Companheiro é de associação. O Companheiro ajusta seu trabalho para se encaixar corretamente com outras partes do edifício construído para os demais Maçons. A formação da individualidade começa com o Aprendiz e é aperfeiçoada pelo Companheiro.

A Régua de 24 polegadas e o Esquadro são instrumentos estáticos, utilizados quando parados. O Malho e o Cinzel são dinâmicos, úteis apenas quando em movimento. O Nível e o Prumo são estáticos e indispensáveis para verificar a perfeição da obra.

 

Flexibilidade e Adaptação

Os Instrumentos de Trabalho do Aprendiz e do Companheiro revelam a relação entre a flexibilidade e a individualidade. A Régua de 24 polegadas e o Esquadro são fixos e invariáveis, exigindo precisão. O Nível e o Prumo também requerem fidelidade escrupulosa, sem margem para individualidade.

A individualidade não se alcança transgredindo a lei, mas obedecendo-a com fidelidade, usando as leis para atingir propósitos únicos. A verdadeira individualidade é expressa no uso do Malho e do Cinzel, que permitem uma variedade infinita e flexibilidade. Cada trabalhador usa o gume do seu Cinzel de maneira única, distinguindo-se dos demais.

 

Ensinamentos do Segundo Grau

Enquanto o primeiro grau é moral, o segundo é mental, expandindo e desenvolvendo a mente para o serviço da humanidade. Os Instrumentos de Trabalho do segundo grau refletem esta natureza mental. O Esquadro simboliza o princípio da razão; o Prumo, a apreciação da lei natural; e o Nível, a união de ambos para servir ao homem.

O Companheiro Maçom deve cultivar a inteligência e a razão, observando a Natureza e combinando suas forças para construir o Templo Sagrado. O Prumo representa a Natureza, o Esquadro a consciência e a Ciência, e o Nível a combinação de ambos.

 

Conclusão

Os Instrumentos de Trabalho do Companheiro ensinam a pensar, observar e trabalhar com a Natureza. O Maçom que assim proceder realizará o milagre da Individualidade no gume do Cinzel, percebendo que dentro de si residem a Sabedoria, a Força e a Beleza infinitas do GADU

Fonte: Os instrumentos de trabalho do 2° grau

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