O Templo de Jerusalém e Sua Importância na Maçonaria

Introdução

O Templo de Jerusalém, especificamente o Templo de Salomão, é uma das construções mais reverenciadas e simbólicas tanto na história quanto na tradição maçônica. Este artigo explora a importância desse templo, sua estrutura e os significados simbólicos que ele carrega na Maçonaria.

 

Três Templos, Um Local Sagrado

Historicamente, houve três templos construídos no mesmo local em Jerusalém. O primeiro, mais famoso e significativo, foi o Templo de Salomão, seguido pelo Templo de Zorobabel e, finalmente, o Templo de Herodes. Cada um desses templos foi erguido sobre as ruínas do anterior, preservando a sacralidade do local.

No contexto maçônico, o Templo de Salomão é frequentemente o mais referenciado, sendo considerado “A Casa de Deus na Terra”. Este templo não apenas servia como um local de culto, mas também como um espaço para assembleias e outras funções comunitárias.

 

Estrutura e Dimensões do Templo de Salomão

Embora o Templo de Salomão não fosse grandioso em dimensões, sua importância não residia no tamanho, mas na simbologia e no propósito que ele servia. Suas dimensões eram modestas se comparadas a outros grandes monumentos da época:

  • Comprimento: aproximadamente 40 metros (60 côvados)
  • Largura: cerca de 13 metros (20 côvados)
  • Altura: em torno de 20 metros (30 côvados)
  • Área total: aproximadamente 520 m²

O templo era dividido em duas partes principais: o ‘Santo’ e o ‘Santo dos Santos’. Ao entrar no templo, o visitante encontrava o ‘Santo’, onde estavam o Candelabro de Sete Braços, a Mesa dos Pães Propiciais e o Altar dos Perfumes. Mais ao fundo, estava o ‘Santo dos Santos’, um espaço reservado que abrigava a Arca da Aliança, a Urna do Maná e o Bastão de Aarão, todos símbolos da jornada do povo hebreu no deserto e do Êxodo.

 

O Grande Pórtico e as Colunas de Bronze

O acesso ao templo se dava por um grande pórtico, flanqueado por duas imponentes colunas de bronze, conhecidas como Jachin e Boaz. Essas colunas, obra do mestre artesão Hiram Abif, tinham cerca de 15,30 metros de altura, com um fuste de 12 metros e um capitel de 3,30 metros.

As colunas eram ocas, com um perímetro de 8 metros (cerca de 2,60 metros de diâmetro) e uma espessura de parede de 8 cm. Embora o corpo das colunas fosse relativamente liso, os capitéis eram ricamente decorados com folhas de palma, cadeias de festões, romãs e lírios abertos, simbolizando a fertilidade, a vida e a divindade.

 

Simbologia das Colunas Jachin e Boaz

As colunas Jachin e Boaz são mais do que meros elementos arquitetônicos; elas carregam significados profundos na tradição maçônica. ‘Jachin’ pode ser entendido como “Deus estabelece” ou “Ele estabelece”, enquanto ‘Boaz’ significa “em força” ou “com força”. Juntas, as colunas simbolizam a força e a estabilidade que Deus confere ao templo e, por extensão, à vida espiritual do maçon.

 

O Altar dos Holocaustos e o Mar de Bronze

Em frente ao ‘Santo’, havia uma grande escadaria que levava a um plano inferior, onde estavam o Altar dos Holocaustos e o Mar de Bronze. O altar era usado exclusivamente para os sacrifícios do culto, enquanto o Mar de Bronze, uma enorme bacia sustentada por 12 bois, servia para as purificações ritualísticas.

 

O Conjunto do Templo

O Templo de Jerusalém era circundado por uma muralha, semelhante ao cortinado que delimitava a Praça do Tabernáculo. Essa muralha não apenas protegia o templo, mas também simbolizava a separação entre o sagrado e o profano.

As colunas do templo, além de sua decoração elaborada, possuíam três fileiras de lírios em diferentes estágios: botões, flores abertas e flores murchas, representando as três etapas da vida humana – nascimento, existência e morte. Esse simbolismo profundo reflete a crença maçônica na transitoriedade da vida e na importância de cada fase do ciclo vital.

 

Conclusão

O Templo de Jerusalém, especialmente o Templo de Salomão, ocupa um lugar central na simbologia maçônica. Ele representa a morada de Deus na Terra, um lugar de adoração, mas também de aprendizado e crescimento espiritual. A estrutura e os elementos do templo, como as colunas Jachin e Boaz, carregam significados que transcendem o material, oferecendo lições valiosas sobre força, estabilidade, e a jornada da vida.

Referência Bibliográfica: 

JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.]. p. 118–120

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