O Conceito de GADU na Maçonaria: Uma Análise do Rito Escocês Antigo e Aceito

Introdução

A Maçonaria é uma organização que atravessou séculos, evoluindo tanto em suas práticas quanto em sua filosofia. Um dos conceitos mais profundos e essenciais dentro dessa fraternidade é o de GADU, o Grande Arquiteto do Universo. Este artigo explora a origem e o significado de GADU, abordando as diversas interpretações e sua relevância no Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA).

A Evolução do Conceito de GADU

A Maçonaria, especialmente em sua fase operativa, era profundamente religiosa. Essa característica foi mantida durante a transição para a Maçonaria especulativa no início do século XVIII. O conceito de GADU foi incorporado para representar uma força superior, uma entidade criadora, sem vinculação direta a uma religião específica. Isso permitiu que homens de diferentes crenças se unissem em um ambiente de tolerância e respeito mútuo.

No entanto, a evolução do conceito de GADU variou entre as diferentes obediências maçônicas. Enquanto a Maçonaria anglo-saxônica manteve uma visão mais teísta, com uma crença em um Deus pessoal e criador, o REAA adotou uma abordagem deísta, que reconhece a existência de uma divindade superior, mas sem a necessidade de dogmas ou revelações divinas específicas.

Deísmo e Teísmo: Diferenças Fundamentais

Para entender melhor o conceito de GADU, é importante diferenciar duas correntes de pensamento: o Deísmo e o Teísmo. O Deísmo, amplamente aceito no REAA, reconhece a existência de uma divindade, mas não se prende a dogmas ou revelações divinas. Para os deístas, Deus é uma entidade que criou o universo, mas não interfere diretamente nele. Por outro lado, o Teísmo acredita em um Deus pessoal e transcendente, que governa o universo e a humanidade, sendo essa a crença predominante na Maçonaria anglo-saxônica.

Essa distinção entre Deísmo e Teísmo reflete-se nas práticas e na filosofia de diferentes obediências maçônicas. No REAA, GADU é invocado nos rituais como um princípio de ordem que rege o universo, mas sua definição é aberta, permitindo que cada maçom interprete sua natureza de acordo com suas próprias crenças.

GADU e a Liberdade de Consciência

Um dos princípios mais valorizados no REAA é a liberdade de consciência. O conceito de GADU, tal como é apresentado nesse rito, não impõe dogmas, mas oferece uma base comum para que maçons de diferentes religiões possam trabalhar juntos em prol de um objetivo iniciático. Essa liberdade é vista como uma manifestação de tolerância, permitindo que cada indivíduo explore seu próprio caminho espiritual.

A constituição de 1723, redigida por James Anderson, reflete essa perspectiva ao declarar que um maçom deve acreditar em um Deus, mas sem especificar qual religião deve seguir. Essa visão foi posteriormente modificada por algumas obediências, como a Grande Loja Unida da Inglaterra, que impôs a crença em um Deus personalista. No entanto, o REAA manteve sua postura liberal e tolerante, permitindo que cada maçom defina sua própria visão de GADU.

O REAA e o Simbolismo de GADU

No REAA, o conceito de GADU está profundamente enraizado no simbolismo e nos rituais. Desde o início dos trabalhos até o encerramento, GADU é invocado como uma força suprema que guia os maçons em sua jornada espiritual. O estudo do simbolismo é um aspecto central do REAA, e o conceito de GADU é considerado uma chave para o entendimento do rito.

O REAA também vê GADU como um princípio transcendente e imanente, que está presente em todos os aspectos da vida e da criação. No entanto, esse princípio não exige uma definição rígida, permitindo que os maçons explorem o simbolismo de GADU de maneira pessoal e profunda.

Conclusão

O conceito de GADU na Maçonaria, especialmente no REAA, é um símbolo de união e liberdade. Enquanto outras obediências maçônicas podem adotar visões mais dogmáticas, o REAA oferece um caminho mais aberto e tolerante, permitindo que cada maçom desenvolva sua própria compreensão de GADU. Ao promover a liberdade de pensamento e a tolerância religiosa, o REAA continua a ser uma das manifestações mais significativas da evolução espiritual na Maçonaria.

Fonte: O Conceito de GADU na Maçonaria

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