A Acácia: O Símbolo Sagrado da Imortalidade na Maçonaria

Introdução

Na Maçonaria, a acácia é muito mais do que uma simples árvore: ela é um símbolo sagrado carregado de significados profundos, associado à pureza, à imortalidade e à ressurreição. A Instrução 1 do livro Maçonaria: 100 Instruções de Aprendiz explora a riqueza desse símbolo, que desempenha um papel central nos rituais, especialmente na iniciação e na exaltação ao grau de Mestre. A acácia, com suas raízes históricas e espirituais, é um convite à reflexão sobre a jornada do maçom em busca da luz.

A palavra “acácia” deriva do grego akakia e refere-se a várias espécies de árvores da família das leguminosas, amplamente encontradas no Egito, na Arábia e na Palestina. Nos tempos bíblicos, a madeira de acácia, chamada de shittim ou sitim (Êxodo 27:22), era considerada sagrada pelos hebreus. Ela foi usada na construção do Tabernáculo, da Arca da Aliança e de outros utensílios do Templo nômade dos hebreus no deserto, como a Mesa dos Pães Proposicionais e o Altar dos Holocaustos. Sua durabilidade e resistência a tornavam ideal para essas finalidades sagradas, o que reforça sua conexão com o eterno.

No Egito antigo, a acácia era conhecida como shen e reverenciada como uma árvore divina. Sua madeira era usada em construções, enquanto sua casca servia para curtir peles. Espécies como a Acacia nilotica, lebsch e fistula eram cultivadas, algumas trazidas da Índia. Na Arábia, tribos como a Ghalfon a consideravam um objeto de culto, e sua madeira era esculpida em ídolos, como o Almzza. Para essas culturas, a acácia simbolizava o Sol, assim como a flor de lótus, devido à semelhança de suas flores amarelas com o astro rei. Esse simbolismo solar se conecta aos mitos de divindades como Osíris, Apolo e Mitra, que aparecem na tradição maçônica, especialmente na lenda do terceiro grau.

Na Maçonaria, a acácia é o símbolo maior da iniciação. Ela representa a pureza do coração do aprendiz, que deve se despojar de vícios para buscar a luz. Sua associação com a imortalidade vem da crença hebraica e árabe na ressurreição, reforçada pela tradição de que a acácia foi usada no Tabernáculo, um precursor do Templo de Salomão. O livro sugere que a Acacia senegal, comum em regiões desérticas como o Sinai, é a espécie mais provável mencionada no Êxodo, embora a Maçonaria permita o uso de outras espécies em seus rituais, dependendo da localização geográfica das Lojas.

Além disso, a acácia carrega um significado esotérico. Algumas tradições, como a Rosa-Cruz, especulavam que ela era a madeira da cruz de Jesus, embora essa afirmação não tenha respaldo histórico. Na Maçonaria, seu simbolismo transcende essas especulações, focando na ideia de renovação espiritual. A flor da acácia, com sua forma radial, evoca o Sol e a busca pela iluminação, um eco dos mitos solares que permeiam a Ordem.

Hoje, a acácia continua a inspirar os maçons como um lembrete de sua missão de construir um templo interior. Ela ensina que, assim como a árvore resiste às adversidades do deserto, o maçom deve perseverar na busca pela virtude. A acácia é, portanto, um símbolo vivo da Maçonaria: uma ponte entre o passado sagrado e o futuro iluminado, unindo o aprendiz ao Grande Arquiteto do Universo.

Referência Bibliográfica

JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.].

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