Introdução
Os Landmarks são a espinha dorsal da Maçonaria, um conjunto de leis imutáveis que definem a essência da Ordem e garantem sua continuidade. Descritos na Instrução 95 de Maçonaria: 100 Instruções de Aprendiz, os Landmarks são princípios fundamentais que regulam a conduta dos maçons e a organização das Lojas, mantendo a unidade da fraternidade em todo o mundo. Eles são, como diz o livro, “inalteráveis”, um legado que os maçons recebem de seus antecessores e devem transmitir intacto às futuras gerações.
O termo “Landmark” refere-se a marcos ou limites que não podem ser movidos. Na Maçonaria, eles foram codificados por Albert Mackey no século XIX, embora suas raízes sejam muito mais antigas, remontando às tradições das guildas operativas. O livro lista 25 Landmarks, cada um abordando aspectos essenciais da Ordem, desde a crença no Grande Arquiteto do Universo até a proibição de alterar essas leis. Por exemplo, o primeiro Landmark estabelece que a Maçonaria é uma fraternidade iniciática, exigindo rituais específicos para a admissão de novos membros.
Entre os Landmarks mais significativos está a crença no Grande Arquiteto do Universo (Landmark 19), considerada um impedimento absoluto para a iniciação de ateus. Outro é a presença de um Livro da Lei no altar (Landmark 21), que pode variar conforme a fé dos membros, mas é indispensável em toda Loja. O Landmark 22 garante a igualdade entre os maçons dentro do Templo, eliminando distinções profanas, enquanto o 23 reforça o sigilo dos métodos e tradições, protegendo a Ordem de influências externas.
Os Landmarks também regulam a estrutura da Maçonaria. O Landmark 10 determina que uma Loja deve ser governada por um Venerável Mestre e dois Vigilantes, rejeitando outras formas de liderança. O 11 exige que as reuniões sejam a coberto, com um Guarda do Templo para impedir a entrada de profanos. O direito de visita (Landmark 14) permite que qualquer maçom assista a uma Loja, desde que seja devidamente examinado, promovendo a fraternidade universal.
Apesar de sua importância, os Landmarks não estão isentos de debate. Algumas Lojas questionam sua interpretação, especialmente em questões como a admissão de mulheres ou deficientes (Landmark 18), que reflete tradições antigas, mas pode colidir com valores modernos. O livro enfatiza, porém, que a força dos Landmarks está em sua imutabilidade: o último (25) proíbe qualquer modificação, garantindo que a Maçonaria permaneça fiel às suas origens.
Na prática, os Landmarks são um guia moral e organizacional. Eles lembram ao maçom suas responsabilidades para com a Ordem e seus irmãos, promovendo uma disciplina que transcende fronteiras. Como diz o livro, eles são a base da “ciência especulativa” que usa símbolos para ensinar moralidade, um princípio que conecta o passado ao futuro.
Os Landmarks, portanto, são mais do que regras: são o coração da Maçonaria, um testamento de sua missão de unir homens livres em busca da virtude. Eles garantem que, em um mundo em constante mudança, a Ordem permaneça um farol de sabedoria, força e beleza, guiando gerações na construção de um templo eterno.
Referência Bibliográfica
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.].

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