Introdução
No coração de toda Loja maçônica, repousa um objeto que pulsa com significado: o Livro da Lei. Colocado solenemente sobre o altar, ele é mais do que um tomo religioso — é o alicerce moral e espiritual da Maçonaria, um farol que ilumina o caminho dos irmãos rumo à virtude. Seja a Bíblia, o Alcorão, a Torá ou outro texto sagrado, o Livro da Lei simboliza a verdade universal, unindo maçons de diferentes crenças em um propósito comum.
No Templo, o Livro da Lei é o centro de gravidade. Aberto durante as sessões, ele irradia uma presença quase tangível, lembrando a todos que a Ordem se baseia em princípios éticos atemporais. Os maçons fazem seus juramentos com a mão sobre suas páginas, prometendo lealdade à fraternidade e compromisso com a justiça. Essa prática não é apenas cerimonial: é um pacto que conecta o indivíduo ao Grande Arquiteto do Universo, a força divina que rege a criação.
O simbolismo do Livro da Lei é profundo. Ele representa a palavra divina, a lei moral que transcende culturas e eras. Para o maçom, é um guia constante, um espelho que reflete suas ações e o desafia a viver com integridade. No grau de Aprendiz, o Livro da Lei é apresentado como a base de todo trabalho maçônico, ensinando que a construção do templo interior começa com a obediência às leis éticas. Para o Companheiro e o Mestre, ele se torna uma fonte de sabedoria, inspirando reflexões mais profundas sobre o propósito da vida.
A escolha do livro varia conforme a Loja e seus membros. Em Lojas cristãs, a Bíblia é comum; em Lojas muçulmanas, o Alcorão; em Lojas judaicas, a Torá. Em Lojas mistas, múltiplos livros podem estar presentes, simbolizando a tolerância e o respeito pela diversidade. Essa flexibilidade reflete a universalidade da Maçonaria, que acolhe homens de todas as fés, desde que creiam em um poder superior. O importante não é o texto específico, mas o que ele representa: a busca pela verdade.
Na prática, o Livro da Lei é mais do que um símbolo. Ele é usado em todos os rituais, da iniciação à elevação de grau, servindo como âncora espiritual. Quando o candidato faz seu juramento, ele toca o livro, selando um compromisso que vai além das palavras. Durante as sessões, o Livro da Lei permanece aberto, um lembrete de que a Loja opera sob a luz da moralidade. Sua presença é tão essencial que uma Loja não pode funcionar sem ele.
Essa tradição tem raízes antigas. Nas guildas medievais, os pedreiros juravam sobre textos sagrados para garantir sua honestidade. A Maçonaria especulativa ampliou esse conceito, transformando o livro em um símbolo de unidade. Hoje, em um mundo onde valores muitas vezes parecem frágeis, o Livro da Lei oferece uma lição poderosa: a verdadeira fraternidade começa com o respeito por princípios compartilhados.
Para o maçom, o Livro da Lei é um companheiro constante. Ele o desafia a olhar além das aparências, a buscar a essência da virtude em cada ação. Em um Templo iluminado por velas, sob o olhar do Delta Luminoso, o Livro da Lei é o fundamento que sustenta a Maçonaria, guiando os irmãos na construção de um mundo mais justo e harmonioso.
Referência Bibliográfica
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.].

mercadolivre.com.br