Introdução
Na Maçonaria, cada instrumento de trabalho, longe de ser um mero utensílio, é um poderoso símbolo de aperfeiçoamento e transformação. Para o Companheiro Maçom, o conjunto de Ferramentas Maçonaria Companheiro representa não apenas o ofício da construção material, mas, sobretudo, a edificação do próprio ser, o “Templo Interior” que se eleva à glória do Grande Arquiteto do Universo.
A jornada maçônica é uma busca contínua por autoconhecimento, e as ferramentas são os meios pelos quais essa busca se concretiza. Como os antigos sábios nos ensinavam: “Conhece-te a ti mesmo”, e as Ferramentas Maçonaria Companheiro são o instrumental necessário para essa profunda introspecção e para o combate aos defeitos.
A Evolução do Obreiro e de Suas Ferramentas
O Aprendiz Maçom inicia seu trabalho com o Malho (ou Maço) e o Cinzel (ou Escopro). O Malho, representando a força e o vigor, é o instrumento que impacta a matéria bruta, enquanto o Cinzel, com sua agudez, é o elemento concentrador e direcionador dessa força. Juntos, eles servem para desbastar a Pedra Bruta, eliminando arestas e imperfeições, que simbolizam os próprios defeitos do Aprendiz: paixões, emoções, vontades. É um trabalho, a princípio, grosseiro, mas fundamental para a formação do caráter.
Ao ser elevado ao Grau de Companheiro, o Obreiro empreende Ferramentas Maçonaria Companheiro e novas etapas de aprendizado. Ele continua a obra de construção de seu “edifício interior”, mas agora com uma precisão e minúcia que antes não dominava. O Cerimonial de Elevação inclui “Cinco (5) Viagens Simbólicas”, que representam os “cinco (5) anos de estudos” e a aquisição de novas ferramentas.
Vamos detalhar as Ferramentas Maçonaria Companheiro e seus simbolismos:
Malho (Maço) e Cinzel (Escopro): Embora mais associados ao Aprendiz, são os primeiros instrumentos da Ferramentas Maçonaria Companheiro. O Malho simboliza a vontade e a força executiva, enquanto o Cinzel representa a razão e o discernimento na investigação. No Grau de Companheiro, eles são utilizados para um trabalho mais preciso e fino na Pedra já desbastada, visando o “polimento”. A lição é que o reconhecimento dos próprios erros já é parte do desbastamento do espírito embrutecido.
Régua de 24 Polegadas: A Régua, embora antiga em sua unidade de medida, é adotada na Maçonaria para simbolizar as 24 horas de um dia, que devem ser divididas com critério entre trabalho, lazer, espiritualidade e descanso. Filosoficamente, a Régua significa que o Maçom deve pautar sua vida segundo determinada medida, programando-a corretamente. Sem as diretrizes da Régua, o trabalho pode se tornar irregular e defeituoso. Ela representa a Lei e a inteligência, que norteiam as atividades e estudos dos Companheiros.
Alavanca: Símbolo da força e do poder, a Alavanca é utilizada para erguer ou movimentar materiais pesados. Maçonicamente, ela representa a “firmeza de caráter e a coragem indomável” que um Homem independente deve possuir. A Alavanca, com seu “ponto de apoio”, permite multiplicar as próprias forças, transformando o esforço quase impossível em desempenho. Lembremos da máxima de Arquimedes: “Dai-me um Ponto de Apoio que moverei o Mundo”.
Compasso: Composto por duas hastes unidas, o Compasso é capaz de medir desde os “mínimos valores” até a circunferência e o círculo. Simbolicamente, ao fixar uma das hastes e girar a outra, o Maçom pode executar seu “projeto perfeito”. O entrelaçamento do Compasso e do Esquadro forma o “Emblema Universal da Maçonaria”. Ele ensina a medida, a prudência e a circunspecção, e que se deve estudar o caminho antes de palmilhá-lo.
Esquadro: Sua utilidade reside na capacidade de transformar a Pedra Bruta em Angular e, subsequentemente, em Pedra de Adorno. Formado por um ângulo reto, o Esquadro ensina a retidão que deve orientar as ações dos Integrantes da Ordem. Ele representa a conduta irrepreensível, a retidão e a garantia de uma obra estável e harmoniosa. A união do Esquadro com a Régua ensina que “o fim ‘nunca’ justifica os meios”.
Prumo (Perpendicular) e Nível (Horizontal): Embora não sejam sempre portados nas viagens, aparecem no Painel e são essenciais. O Prumo (verticalidade) representa a retidão dos atos e do caráter, enquanto o Nível (horizontalidade) ensina que a vida deve ser pautada pelo equilíbrio, para que as ações se ajustem à perfeição.
A Aplicação das Ferramentas: Para Além do Templo
A atuação do Maçom, impulsionada pelo domínio das Ferramentas Maçonaria Companheiro, jamais deve se restringir apenas à Loja. Seu dever é exercer a verdadeira postura maçônica no mundo profano, agindo com tolerância, prudência e respeito frente aos Homens.
O Companheiro Maçom é convidado a um trabalho contínuo e árduo de manutenção de sua Pedra Polida, que sempre estará ameaçada por interferências do mundo profano. Esse trabalho se realiza tanto pela assídua participação em Loja quanto por estudos constantes, permitindo que ele compreenda o que foi transmitido pelos Mestres. As Ferramentas Maçonaria Companheiro são, em última análise, os meios para essa transformação incessante.
Referências Bibliográficas:
D’ELIA JUNIOR, Raymundo. Maçonaria: 50 Instruções de Companheiro. São Paulo: Madras, 2019.

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