Introdução
A Loja Maçônica, ao ser estabelecida para o labor, é muito mais do que um agrupamento de irmãos; é um organismo vivo, cujas funções são desempenhadas por membros que ocupam cargos específicos. Cada um desses cargos, desde o mais alto até o mais humilde, possui um simbolismo profundo e uma responsabilidade vital para a harmonia e a eficácia dos trabalhos. Compreender as Luzes e Oficiais Maçonaria é mergulhar na própria estrutura e filosofia da Ordem.
As Luzes e Oficiais Maçonaria são os seguintes, cada um com sua respectiva Jóia, um emblema visível de suas atribuições:
Venerável Mestre: Colar com um Esquadro. Representa a Sabedoria, que orienta o trabalho maçônico. É quem preside a Loja e esclarece os Obreiros com sua sabedoria , representando o Rei Salomão. Seu labor é diurno, acompanhando o Sol do nascer ao Meridiano.
1º Vigilante: Colar com um Nível. Representa a Força, que anima e sustenta em todas as oportunidades. Ele atua no Ocidente, onde o Sol se oculta, representando o trabalho noturno, do ocaso à meia-noite. É quem paga os Obreiros, simbolizando a retribuição pelo trabalho.
2º Vigilante: Colar com um Prumo. Representa a Beleza, que embeleza as ações e lhes dá sentimentos. Sua posição permite observar o Sol do meio-dia até o ocaso, chamando os Obreiros para o trabalho e fiscalizando-o.
Orador: Colar com um livro aberto. Compete-lhe interpretar a parte legal no aspecto administrativo, como a Constituição e o Regulamento Geral.
Secretário: Colar com duas penas cruzadas. Responsável pelos registros e pela comunicação oficial da Loja.
Tesoureiro: Colar com uma chave. Guarda os fundos da Loja e administra suas finanças.
Chanceler: Colar com o Timbre da Loja. É quem define a Maçonaria na abertura dos trabalhos.
1º Diácono: Colar com um Malho ou uma pomba. É o mensageiro do Oriente , que transmite as ordens do Venerável Mestre ao 1º Vigilante, Dignidades e Oficiais, garantindo ordem e perfeição nos trabalhos. Velam pelo respeito e disciplina.
2º Diácono: Colar com uma Trolha (pá de pedreiro). É o mensageiro do Ocidente , que executa as ordens do 1º Vigilante e vela para que os Obreiros nas Colunas se mantenham em respeito, disciplina e ordem.
Mestre de Cerimônias: Colar com uma Régua. Organiza os Obreiros para o ingresso no Templo , e simboliza o ordenamento do Caos e a criação do Universo.
Hospitaleiro: Colar com uma sacola. Responsável pela coleta do Tronco de Solidariedade e pelo auxílio aos necessitados.
1º Experto: Colar com um punhal. Auxilia em diversas cerimônias, especialmente na condução do Candidato.
2º Experto: Colar com um punhal. Complementa as funções do 1º Experto.
Porta-Estandarte: Colar com um Estandarte. Carrega o estandarte da Loja.
Porta-Espada: Colar com uma Espada. Carrega a espada, símbolo de defesa e justiça.
Guarda do Templo: Colar com duas Espadas cruzadas. Zela pela cobertura física do Templo, garantindo que a porta esteja fechada e ninguém perturbe a sessão.
Cobridor: Colar com um Alfanje. Guarda o Templo externamente, garantindo o sigilo dos trabalhos.
Arquiteto: Colar com um Maço e um Cinzel, cruzados. Simboliza o construtor da Loja e zela por sua arquitetura e arranjo.
Mestre da Harmonia: Colar com uma Lira. Responsável pela música e pela harmonia nas sessões.
Mestre de Banquetes: Colar com uma Cornucópia. Organiza os banquetes maçônicos.
As Luzes: Sabedoria, Força e Beleza
As Luzes e Oficiais Maçonaria principais da Loja são o Venerável Mestre e os dois Vigilantes. Eles são os pilares que sustentam a Loja: a Sabedoria (Venerável), a Força (1º Vigilante) e a Beleza (2º Vigilante). Essas Colunas são invisíveis arquitetonicamente, mas representadas pelas figuras alegóricas que guiam o Maçom em sua construção moral.
O Venerável Mestre representa a Sabedoria porque dirige os Obreiros. O 1º Vigilante representa a Força porque “paga aos Obreiros os seus salários”, mantendo a existência deles. O 2º Vigilante representa a Beleza porque “faz repousar os Obreiros e lhes fiscaliza o trabalho”. Juntas, essas três forças são o sustentáculo de tudo: “a Sabedoria cria, a Força sustenta e a Beleza ornamenta”.
Deveres Essenciais e a Cobertura do Templo
O 1º Vigilante e o Guarda do Templo têm deveres específicos. O 1º Vigilante deve verificar se o Templo está coberto (física e esotericamente) e se todos os presentes são Maçons. A “cobertura exotérica” refere-se à proteção do Grande Arquiteto do Universo , percebida pela sensibilidade do 1º Vigilante. Ele capta a “irradiação, ou emanação” das mentes dos Obreiros. O Guarda do Templo, por sua vez, verifica se a porta está fechada e se o Cobridor Externo está em seu posto.
O segundo dever do 1º Vigilante, verificar se todos são Maçons, vai além do óbvio. Ele busca a “qualidade de maçom” que se manifesta espiritualmente, percebendo uma “auréola dos Santos”, um “círculo luminoso” que irradia das qualidades mentais e espirituais adquiridas. O Venerável Mestre no Oriente faz a mesma verificação.
A Loja como Universo em Miniatura
A Luzes e Oficiais Maçonaria da Loja são, em si, um microcosmo do Universo. A Loja, com formato de quadrilongo, tem seu comprimento do Oriente ao Ocidente, sua largura do Norte ao Sul, sua profundidade da superfície ao centro da Terra, e sua altura da Terra ao Céu. Essa “vasta extensão” simboliza a “universalidade” da Instituição e mostra que a caridade do Maçom não tem limites, a não ser os ditados pela Prudência.
A Loja é orientada do Oriente ao Ocidente porque o Sol nasce no Oriente, e de lá vieram a Civilização, a Ciência e a Doutrina do Amor e da Fraternidade. O Tabernáculo de Moisés, com sua orientação de Leste a Oeste, serviu de modelo para o
Templo de Salomão Maçonaria e, consequentemente, para as Lojas Maçônicas.
Em suma, as Luzes e Oficiais Maçonaria não são apenas detentores de cargos, mas guardiões de princípios. Eles representam a Sabedoria que dirige, a Força que sustenta e a Beleza que ornamenta, trabalhando em harmonia para edificar o Templo da Virtude no coração dos homens e na sociedade, sob os auspícios do Grande Arquiteto do Universo.
Referências Bibliográficas:
CAMINO, Rizzardo da. Simbolismo do Primeiro Grau: Aprendiz. São Paulo: Livraria Maçônica Paulo Fuchs, 2001.

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