Estrela Flamejante Maçônica: Simbolismo da Luz Interior

Introdução

A estrela flamejante representa a principal luz da Loja maçônica, posicionada no centro do painel e simbolizando o Sol como glória do Grande Arquiteto do Universo. Este emblema sagrado guia o iniciado na busca pela virtude da Caridade e pela iluminação interior que dissipa as trevas da ignorância.

Origens Históricas e Evolução

A estrela flamejante surge nos rituais maçônicos do século XVIII, com registros em monitores de 1735, anterior à influência cristã que a associou à Estrela de Belém. Sua presença nas instruções originais de Thomas Webb indica tradição anterior à interpretação natalícia. No contexto maçônico, representa Sírius, a estrela mais brilhante do céu, ligada ao Rei Salomão e à dualidade matéria-espírito predominante no grau de Companheiro.

Diversas tradições atribuem à estrela significados profundos: flamígera como “aquela que produz chama” ou “que brilha como chama”, relacionando-se ao axioma antigo “a natureza se renova pelo fogo” (INRI). Sua evolução reflete a purificação espiritual, onde o iniciado reflete a luz divina após ser purificado pelas provações.

Simbolismo Central na Loja

No painel da Loja, a estrela flamejante ocupa posição central, entre o pavimento mosaico e a orla dentada, representando a glória solar e a virtude suprema da Caridade. Simboliza a luz interior que o maçom deve cultivar, superando a dualidade do mundo profano. Para o Companheiro, evoca Salomão reverenciando Sírius, equilibrando forças materiais e espirituais nos sete anos de construção do Templo.

A estrela de cinco pontas, em sua forma pentagonal, representa o homem microcósmico em harmonia com o macrocosmo, guiando a ascensão através dos cinco sentidos elevados à percepção espiritual. Sua chama eterna recorda a renovação constante, essencial para o obreiro que lapida sua pedra interior.

Significado nos Graus Maçônicos

No grau de Aprendiz, a estrela inicia o caminho da observação silenciosa, prometendo luz futura. Para o Companheiro, torna-se guia ativo na análise das ciências liberais, equilibrando intuição e razão. No Mestre, culmina como síntese da sabedoria, onde a caridade une todos os opostos.

Sua posição elevada no Oriente reforça o simbolismo solar: nasce no Oriente como esperança, culmina ao meio-dia como perfeição, oculta-se no Ocidente como lição de mortalidade. Esta jornada diária espelha a do maçom em busca da luz eterna.

Aplicação Espiritual Contemporânea

Atualmente, a estrela flamejante inspira o maçom a irradiar caridade no mundo profano, combatendo ignorância e egoísmo. Representa o equilíbrio entre contemplação mística e ação filantrópica, essencial na Maçonaria moderna. Em meditações, visualiza-se sua chama purificadora, renovando forças para os trabalhos fraternais.

A estrela ensina que verdadeira luz não é externa, mas interior, despertada pelo estudo e pela virtude. Como Sírius brilha no firmamento, o obreiro iluminado guia irmãos perdidos nas trevas contemporâneas.

Referências Bibliográficas
D’ELIA JUNIOR, Raymundo. 100 Instruções de Aprendiz. [S.l.: s.n.], [2006?]. p. 92-95.
TAHA, Yassin. A acácia na Maçonaria. Folha do Litoral, 2024.
No Esquadro. A estrela flamígera. 2011.

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