A Régua de 24 Polegadas na Maçonaria

Introdução

A régua é um instrumento simbólico significativo na Maçonaria, porém sua aplicação varia de acordo com o rito ou ritual. Recebo frequentemente perguntas sobre seu uso, especialmente no Brasil, onde há uma diversidade de práticas ritualísticas que podem causar confusão. É essencial compreender que as tradições e simbolismos maçônicos não são universais e podem diferir significativamente entre os ritos.

 

A Régua – Do Aprendiz ou do Companheiro?

No Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), de origem francesa, a régua de 24 polegadas é um instrumento do Grau de Companheiro. Em contraste, no Rito de York (ou Craft inglês), ela é usada no Grau de Aprendiz. No Rito Schröder, de origem alemã, a régua graduada também pertence ao Primeiro Grau.

No Brasil, devido à mistura de práticas de diferentes ritos, a régua pode aparecer incorretamente no Grau de Aprendiz no REAA, uma prática historicamente e doutrinariamente incorreta. Isso se deve à inserção de práticas do Craft inglês nos rituais do REAA quando as Grandes Lojas Estaduais brasileiras buscaram reconhecimento das Grandes Lojas Norte-americanas. Essa inserção indevida resulta em contradições e práticas que não fazem sentido dentro do escocesismo simbólico, onde a régua genuinamente pertence ao Grau de Companheiro.

 

A Régua Lisa e Graduada – Origens e Aplicação Simbólica

No REAA, a régua graduada não é utilizada pelo Aprendiz durante seu aprendizado. Nas cerimônias de Elevação, o aspirante ao Segundo Grau entra com uma régua lisa, simbolizando seu estágio inicial de aprendizado, onde a régua lisa é usada para verificar a superfície da pedra após o primeiro desbaste. A régua graduada, em mãos mais experientes, é usada pelo Companheiro do Ofício para medir e ajustar durante a elevação das construções, representando a progressão no conhecimento e na habilidade.

 

Outros Apontamentos Necessários

Cada rito maçônico possui particularidades litúrgicas e ritualísticas. No Craft inglês, a régua graduada é um instrumento do Primeiro Grau, com um forte apelo teísta nas preleções. No REAA, a régua aparece apenas no Segundo Grau e é acompanhada pela reminiscência da régua lisa antes da graduada.

O uso das réguas e suas dimensões variam conforme as regiões e os padrões de medida locais. O número “24” ingressou na Moderna Maçonaria como um símbolo especulativo, relacionado aos catecismos e instruções morais dos diversos ritos maçônicos no século XVIII.

 

Considerações Finais

Embora existam diferenças nas práticas ritualísticas entre os ritos maçônicos, todas têm explicações racionais e históricas. A Moderna Maçonaria é composta por um sistema de vários ritos, cada um com suas particularidades doutrinárias, históricas e culturais. A falta de depuração ritualística no Brasil resultou em rituais enxertados e práticas fantasiosas, como a incorreta inserção da régua de 24 polegadas no Grau de Aprendiz no REAA. No REAA, os instrumentos de trabalho do Aprendiz Maçom são o Maço e o Cinzel, enquanto a Régua de 24 Polegadas pertence ao Companheiro Maçom. Já no Craft inglês e no Rito Schröder, a régua é um instrumento do Aprendiz.

 

Conclusão

Compreender a aplicação simbólica da régua na Maçonaria exige um entendimento claro das diferenças entre os ritos. A correta aplicação dos símbolos é essencial para preservar a integridade doutrinária e histórica da Maçonaria. Evitar a generalização dos procedimentos e respeitar as particularidades de cada rito é fundamental para manter a coerência e a autenticidade das práticas maçônicas.

 

Fonte: A RÉGUA DE 24 POLEGADAS OU A RÉGUA GRADUADA E A RÉGUA LISA

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