Introdução
A simbologia das colunas na maçonaria é rica e profundamente enraizada na tradição e nos ensinamentos espirituais. Este artigo explora a sexta instrução sobre as colunas, oferecendo uma visão detalhada de seus significados e a importância dentro do Templo Maçônico.
O Significado Material e Espiritual das Colunas
Visão Material
No contexto material, uma coluna na Maçonaria é entendida como uma viga cilíndrica vertical oca que simbolicamente sustenta o Templo. Arquitetonicamente, essas colunas podem ser adornadas de várias formas, com capitéis inspirados em estilos gregos, egípcios, romanos, entre outros.
Visão Espiritual
O Templo Maçônico deve ser compreendido principalmente como uma construção espiritual. Nesse sentido, a coluna representa o centro do Templo, sendo o ponto nevrálgico e o comando das decisões. Assim, a coluna é vista como o esteio, o sustentáculo e a parte principal das coisas.
As Três Colunas Representativas
Em toda Loja Maçônica, existem três colunas principais, cada uma representando um conceito essencial:
- Coluna do Venerável Mestre (VM): Simboliza a Sabedoria.
- Coluna do Primeiro Vigilante (1° Vigilante): Representa a Força.
- Coluna do Segundo Vigilante (2º Vigilante): Encarna a Beleza.
A Coluna do Aprendiz
Ao trabalhar na Oficina de Aprendiz, destaca-se a coluna do Primeiro Vigilante, denominada Coluna ‘B’ em alguns ritos e ‘J’ em outros, mas sempre simbolizando a Alegria. Essa coluna é onde os recém-iniciados se sentam pela primeira vez em Loja. O lugar dos Aprendizes é um local de quietude, a Coluna do Silêncio, da Beleza e da Alegria. É ali que os Aprendizes recebem seus salários durante os três anos iniciais de formação.
Localizada no Setentrião, a parte menos iluminada do Templo, a Coluna dos Aprendizes proporciona um ambiente propício para observação e meditação, essenciais para o aprendizado da Arte Real.
O Papel do Aprendiz
Os Aprendizes devem controlar suas ideias, utilizando as ferramentas não para construir algo material, mas na busca pela Verdade. A principal tarefa do Aprendiz é erguer, embelezar e dar acabamento ao próprio Templo Interior, onde reside a Divindade.
Desprovidos de quaisquer sentimentos contrários aos princípios da Ordem, os Aprendizes devem entender o verdadeiro sentido da Luz recebida na Iniciação. Simbolicamente, eles recebem o Maço e o Cinzel, ferramentas guardadas na coluna.
A Beleza e o Simbolismo das Colunas
O Papel do Segundo Vigilante
A beleza é representada pelo Segundo Vigilante, cuja responsabilidade é fazer repousar os integrantes e fiscalizar os trabalhos, garantindo que ao Venerável Mestre resultem honra e glória ao Grande Arquiteto do Universo (G∴A∴D∴U∴). A coluna é o ponto de reunião dos Aprendizes, simbolizando a delicadeza dos sentimentos nobres e fraternos do verdadeiro Maçom.
Essa coluna remete à infinita sabedoria do G∴A∴D∴U∴, à sua força onipotente e à beleza de sua capacidade criadora, resplandecendo com ordem e simetria na natureza. Representa a Verdade, a Justiça e a Harmonia.
Significado Histórico e Esotérico
Parte dos símbolos maçônicos foram legados pelos Maçons Operativos aos Especulativos, incluindo as colunas. Esses símbolos têm significados esotéricos amplificados pela Maçonaria Especulativa, com influências de cabalistas, hermetistas e alquimistas. As colunas ‘J’ e ‘B’ marcam a entrada do Templo Maçônico, sendo que entre elas se situa a porta imaginária desse Templo.
O Papel do Guarda (ou Cobridor)
As colunas, ocas, guardam as ferramentas utilizadas apenas pelos Maçons, que devem ficar ocultas das vistas profanas até o novo trabalho. É ao pé das colunas que os salários dos obreiros são pagos, simbolizando a importância do trabalho espiritual e moral para a evolução pessoal.
Conclusão
Com controle de suas ações, estabilidade emocional, submissão da vontade e firmeza de conduta, o Maçom pode vencer suas paixões e fazer progressos, mantendo a vida bela. Isso permitirá que ele calce de novo as brancas luvas para um novo trabalho, com a consciência limpa do dever cumprido. Que o Grande Arquiteto do Universo os ilumine e guarde.
Referência Bibliográfica:
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.]. p. 36–38