Introdução
No grau de Companheiro, o maçom recebe novas ferramentas simbólicas — o nível, o prumo, a régua, a alavanca e o esquadro — que o guiam na construção de seu Templo interior. A Instrução 33 de Maçonaria: 100 Instruções de Aprendiz explora o significado dessas ferramentas, que representam as habilidades intelectuais e morais necessárias para o aperfeiçoamento do maçom. Enquanto o Aprendiz foca no desbaste da pedra bruta, o Companheiro usa essas ferramentas para refinar sua obra, construindo uma estrutura harmoniosa que reflete os ideais da Ordem.
O nível é a primeira ferramenta do Companheiro, simbolizando a igualdade. Ele garante que as construções sejam horizontais, eliminando desníveis. Na Maçonaria, o nível ensina o maçom a tratar todos os irmãos como iguais, independentemente de sua posição social no mundo profano. O livro destaca que a igualdade maçônica é espiritual: dentro do Templo, todos são obreiros na mesma obra, unidos pelo mesmo propósito.
O prumo, por sua vez, assegura a verticalidade, simbolizando a retidão moral. Ele guia o maçom a alinhar suas ações com os princípios éticos da Ordem, mantendo-se fiel à sua consciência. O prumo é um lembrete de que a integridade é a base de todo progresso espiritual, uma qualidade que o Companheiro deve cultivar para avançar ao grau de Mestre.
A régua de 24 polegadas representa a gestão do tempo. Dividida em 24 partes, ela simboliza as 24 horas do dia, que o maçom deve repartir entre o trabalho, o descanso, a oração e o serviço aos outros. O livro enfatiza que o uso sábio do tempo é essencial para equilibrar as responsabilidades profanas e maçônicas, garantindo uma vida plena e produtiva.
A alavanca simboliza o poder da inteligência aplicada. Com ela, o maçom pode mover grandes pesos, assim como o conhecimento pode superar obstáculos aparentemente intransponíveis. O livro sugere que a alavanca reflete a capacidade do Companheiro de usar a razão para resolver problemas e avançar em sua jornada.
O esquadro, já conhecido do Aprendiz, ganha um novo significado no grau de Companheiro. Ele representa a justiça e a precisão, ajudando o maçom a avaliar suas ações e corrigir desvios. No avental do Companheiro, o esquadro está sob o compasso, indicando um equilíbrio maior entre o material e o espiritual.
Essas ferramentas não são apenas símbolos: elas são instrumentos de trabalho intelectual. O Companheiro é incentivado a estudar as artes liberais — gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, música e astronomia —, que ampliam sua compreensão do universo. O livro explica que essas disciplinas, associadas às ferramentas, permitem ao maçom explorar a “Câmara do Meio”, um espaço simbólico de conhecimento avançado.
Na prática, as ferramentas do Companheiro são um chamado à ação. O nível promove a fraternidade, o prumo fortalece a moral, a régua organiza a vida, a alavanca estimula a criatividade, e o esquadro garante a justiça. Juntas, elas ajudam o maçom a construir seu Templo interior, uma estrutura que reflete harmonia e sabedoria.
Historicamente, essas ferramentas têm raízes nas guildas operativas, onde eram usadas literalmente na construção. Na Maçonaria especulativa, elas ganharam um sentido moral, mas mantiveram sua relevância prática. O Companheiro, ao dominá-las, torna-se um arquiteto de si mesmo, preparado para contribuir para o Templo da Humanidade.
Hoje, as ferramentas do Companheiro continuam a inspirar. Em um mundo onde a desigualdade, a desonestidade e a desorganização prevalecem, elas oferecem um modelo de vida equilibrada e virtuosa. Como instrumentos do espírito, elas guiam o maçom na construção de um Templo interior que irradia luz, um legado que transcende o tempo e une gerações na busca pela perfeição.
Referência Bibliográfica
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.].

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