Boaz ou Booz? A Verdadeira Pronúncia e a Influência das Traduções

Introdução

A questão sobre a forma correta do nome Boaz gera confusão entre estudiosos e tradutores. Enquanto algumas traduções utilizam “Boaz”, outras adotam “Booz”. No entanto, a forma correta é Boaz, como evidenciado pela pronúncia hebraica original. Neste artigo, exploramos a origem dessa discrepância, analisando as traduções antigas da Septuaginta e da Vulgata.

O Nome Boaz na Tradição Hebraica

O nome Boaz aparece em diversas passagens bíblicas:

  • 18 vezes no Livro de Rute;

  • 3 vezes nas Crônicas;

  • 1 vez em 1 Reis;

  • 1 vez no Evangelho de Mateus;

  • 1 vez no Evangelho de Lucas.

No hebraico massorético, a grafia correta é בֹּעַז (Bẓʻaz), confirmando que a forma “Booz” é incorreta. Isso ocorre porque o hebraico não permite vogais repetidas, eliminando a possibilidade da escrita com “oo”.

O Nome Boaz em Obras Maçônicas

O termo Boaz é amplamente utilizado em obras clássicas da Maçonaria, tais como:

  • Encyclopedia of Freemasonry (Albert Mackey, 1917);

  • Light on Masonry (Elder D. Bernard, 1828);

  • Manual of Freemasonry (Richard Carlile, 1825);

  • Morals and Dogma (Albert Pike, 1871);

  • The Complete Ritual of the Scottish Rite (Século XIX).

Todas essas obras, que refletem o entendimento erudito da Maçonaria sobre o termo, utilizam a forma Boaz, Crie reforçando a sua correção fonética e histórica.

A Influência das Traduções Antigas

A confusão surge principalmente devido à influência da Vulgata, a tradução latina da Bíblia feita por São Jerônimo no século IV, onde o nome aparece como Booz. Essa forma foi herdada da Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, que registrou Βοός (Boós).

O motivo para essa alteração na grafia está na fonética grega. O hebraico permite que nomes oxítonos (com a tônica na última sílaba) terminem em “-az”, mas no grego, substantivos masculinos raramente terminam dessa forma. Assim, os tradutores da Septuaginta optaram por Boós, uma adaptação que preservava a sonoridade hebraica dentro das regras fonéticas do grego.

São Jerônimo, ao traduzir a Bíblia para o latim, provavelmente consultou a Septuaginta, o que explica a permanência da forma Booz na Vulgata. Isso influenciou diversas traduções subsequentes, incluindo algumas versões em português, perpetuando o erro.

A Correção nas Versões Protestantes

Os estudiosos protestantes, como Martinho Lutero, optaram por uma tradução mais fiel ao hebraico, utilizando Boaz nas versões alemã e inglesa da Bíblia. Por isso, a maioria das versões modernas da Bíblia protestante trazem “Boaz”, enquanto algumas versões católicas mantiveram “Booz” por tradição.

Conclusão

A forma correta do nome é Boaz, conforme a pronúncia hebraica original. A grafia “Booz” é um resquício da adaptação fonética feita na Septuaginta e na Vulgata para facilitar a compreensão entre os falantes de grego e latim.

A ampla aceitação de “Boaz” em literatura erudita, bíblica e maçônica reforça essa conclusão. Dessa forma, ao referir-se ao personagem bíblico e à simbologia maçônica associada a ele, o uso correto é sempre Boaz.

Fonte: Booz ou Boaz?

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