Introdução
Na Ordem Maçônica, muitos membros desconhecem a verdadeira origem do termo “Bode” usado para referir-se a eles. Infelizmente, no mundo profano, essa denominação é muitas vezes utilizada de forma pejorativa, diminuindo a importância e a dignidade da instituição maçônica.
Origens Históricas e Lendárias
A denominação “Bode” possui diversas origens, sejam elas lendárias, históricas ou derivadas de usos e costumes. Uma das explicações mais aceitas remonta a 1808, embora seja necessário voltar ainda mais no tempo para uma compreensão mais completa.
A Expiação de Pecados na Palestina
A partir de aproximadamente 33 d.C., vários discípulos de Jesus Cristo, em peregrinação para divulgar o Cristianismo, notaram uma prática curiosa entre os judeus na Palestina: falavam ao ouvido de um bode, um animal comum na região. Intrigados, os discípulos buscaram explicações para tal ritual, enfrentando grande dificuldade em obter respostas. Finalmente, o Apóstolo Paulo descobriu que essa prática servia como um instrumento de expiação de erros pessoais, uma espécie de confissão dos pecados, pois acreditava-se que o bode, sendo um animal que não fala, manteria os segredos para sempre.
O Papel do Bode no Judaísmo e Cristianismo
Naquela época, era comum entre os judeus confessar suas faltas a alguém de extrema confiança para aliviar a consciência, acreditando que o Criador, mesmo invisível, estava ciente de todas as falhas. A instituição do confessionário na Igreja Católica mais tarde adotou um princípio semelhante, onde o sigilo absoluto do confessor era garantido pelo voto de silêncio.
A Evolução da Confiança e Confissão
Com o passar do tempo e a globalização das informações, a confiança na confissão religiosa diminuiu, substituída por práticas modernas como a psicanálise. A lenda também sugere que os maçons são chamados de “Bodes” devido ao seu rigoroso silêncio e conduta exemplar, comparados ao bode, cuja arcada dentária possui um ajuste perfeito, simbolizando a perfeição.
A Perseguição na França Napoleônica
Em 1808, na França de Napoleão Bonaparte, a Igreja Católica iniciou uma perseguição severa às organizações não governamentais ou religiosas. A Maçonaria, que promovia a liberdade de pensamento, foi proibida de se reunir, levando seus membros à clandestinidade. Muitos maçons foram presos e submetidos a interrogatórios e torturas pela Inquisição, mas nenhum deles cedeu, mantendo seus segredos intactos.
A Denominação de “Bode”
A resistência dos maçons levou um inquisidor a declarar que os maçons eram como “Bodes”, pois mesmo sob tortura, não revelavam segredos. Desde então, essa denominação persiste, simbolizando a capacidade dos maçons de guardar segredos e manter o silêncio, uma característica fundamental da ordem.
Conclusão
A denominação “Bode” na Maçonaria é um testemunho da coragem, da capacidade de manter segredos e da integridade dos maçons ao longo da história. Essa designação, longe de ser pejorativa, reflete a força e a resiliência de uma ordem que valoriza a discrição e a confidencialidade.
Referência Bibliográfica:
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.]. p. 26–28