Introdução
O avental é o primeiro símbolo que um aprendiz maçom recebe durante sua iniciação, marcando o início de sua jornada na Ordem. Conforme descrito na Instrução 2 de Maçonaria: 100 Instruções de Aprendiz, o avental é mais do que uma peça de vestuário: é a vestimenta do trabalho maçônico, um emblema de honra que distingue o iniciado e o conecta a uma tradição milenar. Ele simboliza a dedicação ao labor, a fuga da ociosidade e o compromisso com a construção de um templo interior.
Historicamente, o avental tem raízes nas antigas corporações de pedreiros operativos, que o usavam para proteger o corpo durante o trabalho. Essas peças, feitas de couro, variavam em tamanho: os aprendizes usavam aventais grandes, cobrindo do peito aos joelhos, para se protegerem das lascas de pedra; os companheiros tinham aventais médios, adequados ao ajuste de peças; e os mestres usavam os menores, focados no acabamento. Na Maçonaria especulativa, o avental evoluiu para um símbolo espiritual, mas manteve sua essência como marca do esforço.
O livro detalha como o avental foi adotado por diversas culturas. No Egito, o Faraó Tutankhamon foi encontrado com um avental em sua múmia, destacando sua importância ritualística. Entre os essênios, era entregue aos neófitos na cor branca, simbolizando pureza e, quando semicircular, o Hemisfério Sul. Os gauleses o estampavam em moedas, e até o Rei Salomão, segundo a lenda maçônica, usava um avental ao supervisionar a construção do Templo. Esses exemplos mostram que o avental sempre foi mais do que utilitário: era um distintivo de dignidade.
Na Maçonaria moderna, o avental de aprendiz é branco, feito de pele de carneiro, com uma abeta triangular levantada, sem ornamentos. Suas dimensões, cerca de 30 por 40 centímetros, foram padronizadas após debates históricos, como o encontro de Lausanne em 1875. O livro explica que a abeta levantada protege simbolicamente o Plexo Solar, associado às emoções, ajudando o aprendiz a alcançar serenidade. Para o companheiro, a abeta é abaixada, indicando maior espiritualidade; para o mestre, o avental é ainda menor, refletindo submissão às forças cósmicas.
O avental também carrega um significado esotérico. Ele é visto como uma representação do corpo físico, o invólucro material que abriga o espírito. Proteger a parte inferior do corpo, sede das paixões, significa priorizar as faculdades racionais e espirituais, essenciais para o trabalho maçônico. O livro destaca que o maçom só está “vestido” quando usa seu avental, uma regra que nunca deve ser negligenciada, mesmo por oficiais que ostentam outros ornamentos.
Apesar de sua importância, o avental enfrentou controvérsias. No passado, Lojas e maçons criavam aventais personalizados, com ornamentos extravagantes, gerando disputas. Algumas corporações até exploravam aprendizes, exigindo trabalho gratuito em troca do direito de usá-lo. Hoje, a padronização prevalece, mas variações entre ritos e países persistem, refletindo a diversidade da Maçonaria.
O avental de aprendiz é, enfim, um símbolo vivo. Ele lembra ao maçom que sua jornada é de trabalho constante, tanto no desbaste da pedra bruta quanto na construção de um mundo melhor. Como diz o livro, honrar o avental é honrar a si mesmo, pois ele nunca desonrará quem o veste com sinceridade.
Referência Bibliográfica
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.].

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