O Significado e a Importância do Livro da Lei na Maçonaria

Introdução

A Maçonaria, uma instituição repleta de simbolismos e tradições, preserva em seus rituais elementos que transcendem o tempo e as culturas. Um dos símbolos mais reverenciados é o **Livro da Lei**, que ocupa uma posição central nos trabalhos maçônicos, sendo uma peça fundamental na constituição de uma Loja Maçônica regular e justa. Neste artigo, exploraremos o significado, a história e o uso do Livro da Lei dentro da Maçonaria, abordando como ele se relaciona com os ensinamentos e os valores desta antiga ordem.

O Altar dos Juramentos e a Presença do Livro da Lei

Dentro da Loja Maçônica, o **Altar dos Juramentos** é um ponto focal de grande importância. Situado no centro do Oriente, entre os degraus do Trono de Salomão e a balaustrada que divide o Ocidente, este altar pode ser representado por uma mesa triangular ou uma pequena coluna de aproximadamente um metro de altura. É neste altar que se encontram o **Livro da Lei**, o **Esquadro** e o **Compasso**, instrumentos simbólicos que representam a retidão moral e a busca pela verdade.

No contexto das Lojas filiadas ao Grande Oriente do Brasil (GOB), o Livro da Lei é representado pela **Bíblia Sagrada**. A Bíblia, como uma coletânea de textos sagrados, é composta por diversos livros de diferentes autores e gêneros literários, escritos originalmente em aramaico, hebraico e grego. Esses textos variam desde narrativas históricas até pregações, orações e poesias, todos abordando a relação do ser humano com o divino.

A Bíblia como Livro da Lei e seu Significado na Maçonaria

A Bíblia, dentro do contexto maçônico, não é apenas um livro sagrado, mas um símbolo da aliança entre Deus e o homem. Na Maçonaria, a Bíblia é considerada o **Livro da Lei** por excelência, representando a “forma escrita que Deus fala ao Homem”. Para os maçons, ela não se limita a ser um documento histórico ou religioso, mas é vista como um compêndio de sabedoria espiritual, moral e ética que guia os iniciados em sua jornada pela vida.

A história do povo de Israel, que forma a base do Antigo Testamento, é rica em relatos de sua aliança com Deus, desde sua formação como nação até os desafios enfrentados ao longo dos séculos. O Novo Testamento, por sua vez, é centrado na figura de Jesus Cristo, visto como o Salvador que cumpriu as profecias do Antigo Testamento. Esta visão cristã da Bíblia influencia profundamente a interpretação maçônica do Livro da Lei.

O Uso do Livro da Lei nos Ritos Maçônicos

A maneira como o Livro da Lei é utilizado nos ritos maçônicos varia de acordo com o rito praticado. No **Rito Escocês Antigo e Aceito** e no **Rito Brasileiro**, por exemplo, a Bíblia é aberta no Livro dos Salmos, e o Salmo 133, que fala sobre a concórdia fraterna, é lido. Já no **Rito de York**, a Bíblia é aberta em qualquer parte, sem que o texto seja lido, mas sua presença é obrigatória. No **Rito Adonhiramita**, o Livro da Lei é aberto no Evangelho de São João, e no **Rito Moderno**, a prática consagrou o uso do Esquadro e Compasso sobre a Constituição de Anderson, dispensando a Bíblia.

Essas variações refletem a diversidade dentro da Maçonaria, mas todas elas mantêm o princípio de que o Livro da Lei é um dos grandes luzeiros da Ordem. Ele simboliza a busca pelo conhecimento, pela verdade e pela união entre os homens, independentemente de suas crenças ou tradições religiosas.

O Papel Universal do Livro da Lei na Maçonaria

A Maçonaria, ao longo de sua história, sempre buscou promover a união e a harmonia entre os povos, respeitando suas diversas tradições e crenças. Assim como o **Esperanto** foi criado como uma língua universal para promover a comunicação entre diferentes culturas, a Maçonaria poderia ser vista como uma doutrina universal que visa unir os homens por meio de valores comuns, como a **Liberdade, Igualdade e Fraternidade**.

Dentro desse contexto, o Livro da Lei se destaca como um símbolo universal da busca pelo entendimento e pela paz. Ele não é restrito a um único credo, pois em Lojas de diferentes tradições religiosas, outros livros sagrados, como o **Corão**, o **Zenda Avesta**, os **Vedas**, o **Talmud** e o **Bhagavad Gita**, podem ocupar o lugar da Bíblia, sempre respeitando a crença pessoal de cada maçom.

Conclusão

O Livro da Lei na Maçonaria é muito mais do que um simples objeto ritualístico; ele é um símbolo poderoso da aliança entre o homem e o divino, da busca incessante pelo conhecimento e da união entre os seres humanos. Ao representar a sabedoria acumulada ao longo dos séculos, o Livro da Lei guia os maçons em sua jornada moral e espiritual, reafirmando os valores que sustentam esta sublime instituição. Seja qual for o rito ou a crença pessoal, o Livro da Lei permanece como um farol de luz e verdade, iluminando o caminho daqueles que buscam viver de acordo com os mais elevados princípios da Maçonaria.

Referência Bibliográfica: 

JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.]. p. 71–75

Leia outros Post's

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais sobre maçonaria abaixo: