O Templo de Salomão: Simbolismo e Significados na Maçonaria

Introdução

O Templo de Salomão, uma das estruturas mais icônicas da história antiga, transcende sua existência física e se torna um símbolo de grande significado na Maçonaria. Jules Boucher, um autor renomado no estudo de simbolismos, descreve o Templo como um símbolo de “magnífica amplidão”, um templo ideal que permanece inacabado, onde cada maçom é uma pedra, cuidadosamente preparada no silêncio da meditação. Este artigo explora o profundo simbolismo do Templo de Salomão na Maçonaria, destacando seus aspectos esotéricos e as interpretações simbólicas que fazem parte do processo iniciático dos maçons.


O Templo como Símbolo de Ascensão Espiritual

O Templo de Salomão não é apenas um edifício histórico; é um poderoso símbolo espiritual dentro da Maçonaria. A escada em espiral que leva às galerias do Templo simboliza o caminho do homem em direção à excelsitude. A cada volta sobre si mesmo, o maçom se aproxima de um estado de elevação espiritual. Esta jornada interior reflete o objetivo final da Maçonaria: alcançar a paz profunda, que o próprio nome Salomão sugere, sendo “Homem Manso” em hebraico. O Templo, portanto, é um símbolo da paz que todo maçom sincero busca, afastando-se das inquietações e mazelas do mundo profano.


A Construção do Templo e Seus Materiais

Historicamente, o Templo de Salomão foi construído ao longo de sete anos, o que deu origem ao simbolismo do número sete como a idade simbólica do Mestre Maçom, aquele que atinge a plenitude da iniciação. A construção do Templo envolveu o uso de pedra, madeira de cedro e ouro, cada um desses materiais carregando um significado simbólico profundo:

– A Pedra representa a estabilidade, um dos pilares fundamentais da construção de uma vida íntegra e sólida.
– A Madeira de Cedro simboliza a vitalidade, a força viva que permeia a jornada espiritual do maçom.
– O Ouro reflete a espiritualidade, a perfeição espiritual que se busca ao longo do caminho maçônico.

Esses materiais, combinados, ilustram a união da realidade física com a busca espiritual, destacando o Templo como um espaço sagrado de introspecção e elevação.


O Átrio e as Colunas: Sabedoria e Estabilidade

O acesso ao Templo de Salomão se dá pelo átrio, onde duas colunas se erguem na entrada, representando a Sabedoria e a Estabilidade do Conhecimento. Para alcançar uma vida plena e elevada, o maçom deve simbolicamente passar por esse portal, adquirindo o conhecimento necessário para experimentar os maiores prazeres da mente. As colunas são, portanto, guardiãs do caminho para a iluminação, lembrando ao maçom que a sabedoria e a estabilidade são essenciais para o progresso espiritual.


O Lugar Santo e o Lugar Santíssimo

O Templo era dividido em duas partes principais: o Lugar Santo, ou Heikhal, que corresponde ao Ocidente na Maçonaria, e o Lugar Santíssimo, ou Debhir, conhecido na Maçonaria como Oriente. Estas divisões não são meras referências espaciais; elas simbolizam a dualidade da consciência humana, onde o Ocidente representa o estado de consciência material, e o Oriente, a consciência espiritual. O Sanctus Sanctorum, o ponto mais sagrado do Templo, é acessado por um estrado com três degraus, que simbolizam as três etapas da vida: juventude, maturidade e velhice.


A Escada de Três Degraus: Progresso e Ascensão

Os três degraus que levam ao Sanctus Sanctorum não são apenas uma referência à progressão física, mas representam, esotericamente, as etapas do progresso através dos mistérios da vida. Eles conduzem o homem à compreensão espiritual do que o cerca e o fazem aspirar a algo mais elevado e sublime. Essa ascensão é também interpretada através do Triângulo, o símbolo mais antigo e místico, representando a criação perfeita e a unidade dos três princípios fundamentais: Corpo, Espírito e Alma.


Os Tronos e o Poder Soberano

Acima dos três degraus, nos Templos Maçônicos, encontram-se dois tronos: um destinado ao Venerável Mestre, representando o Rei Salomão, e outro para um alto dignitário ou convidado especial, representando Hiram, o Rei de Tiro. Estes tronos simbolizam o poder soberano e a dignidade real. O trono do Venerável Mestre representa a Sabedoria Criadora, que busca um ideal interior com elevada aspiração. Já Hiram simboliza a Força Realizadora e a Virtude Heróica, direcionadas para a realização de empreendimentos sublimes.


Conclusão

O Templo de Salomão, em sua vasta simbologia, oferece ao maçom um mapa espiritual para a ascensão, destacando a importância da sabedoria, da estabilidade e da espiritualidade. Através da meditação e do autoconhecimento, cada maçom pode se ver como uma pedra neste Templo ideal, em constante construção, sempre buscando a excelsitude e a paz profunda que Salomão simboliza. Este simbolismo continua a ser uma parte vital do aprendizado maçônico, conectando o homem ao divino e guiando-o em sua jornada espiritual.

Referência Bibliográfica: 

JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.]. p. 227–229

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