Introdução
Na Maçonaria, as colunas Boaz e Jachin são símbolos fundamentais que adornam o Templo e guiam o maçom em sua jornada espiritual. A Instrução 5 de Maçonaria: 100 Instruções de Aprendiz explora o significado dessas colunas, que representam força, estabilidade e a conexão entre o humano e o divino. Presentes em cada Loja, Boaz e Jachin não são apenas elementos arquitetônicos: são pilares que sustentam os ideais da Ordem e orientam o aprendiz em sua busca pela luz.
As colunas têm origem na descrição bíblica do Templo de Salomão (I Reis 7:15-22), onde foram erguidas por Hiram Abiff, o lendário arquiteto maçônico. Boaz, a coluna da esquerda, significa “na força”, enquanto Jachin, à direita, traduz-se como “ele estabelecerá”. Juntas, elas simbolizam a dualidade que permeia a existência: força e estabilidade, ação e propósito, terra e céu. O livro destaca que essas colunas, feitas de bronze e adornadas com capitéis de lótus e romãs, eram vistas como portais para o sagrado, marcando a entrada do Templo.
Na Maçonaria, Boaz e Jachin assumem um papel simbólico ainda mais profundo. A coluna Boaz, associada ao Primeiro Vigilante, representa a força bruta, a energia vital que impulsiona o trabalho maçônico. Jachin, ligada ao Segundo Vigilante, simboliza a estabilidade divina, a ordem que dá sentido ao esforço humano. Quando o aprendiz passa entre elas ao entrar na Loja, ele cruza um limiar espiritual, deixando o mundo profano e ingressando no espaço sagrado onde a pedra bruta será desbastada.
O simbolismo das colunas também reflete a dualidade interior do maçom. Boaz é o corpo físico, a paixão e a energia; Jachin é a mente, a razão e a espiritualidade. O equilíbrio entre essas forças é essencial para o progresso na Ordem. O livro explica que, ao posicionar as colunas na entrada do Templo, a Maçonaria ensina que o iniciado deve harmonizar essas energias para construir seu templo interior, um processo que começa no grau de Aprendiz e se aprofunda nos graus superiores.
Além disso, as colunas conectam a Maçonaria a tradições antigas. A romã, presente nos capitéis, simboliza fertilidade e abundância, enquanto o lótus evoca pureza e renascimento, temas comuns em culturas como a egípcia e a hindu. O número de romãs (200 em cada coluna, segundo a Bíblia) reforça a ideia de plenitude, sugerindo que o maçom deve buscar a totalidade em sua jornada. O livro também menciona que as colunas, com 18 côvados de altura (cerca de 8 metros), representam a proporção áurea, um princípio de harmonia universal valorizado pela Ordem.
Na prática, as colunas Boaz e Jachin são mais do que ornamentos. Elas lembram ao maçom a necessidade de equilíbrio e perseverança. O Primeiro Vigilante, ao lado de Boaz, supervisiona o trabalho dos aprendizes, enquanto o Segundo Vigilante, com Jachin, guia os companheiros, mostrando que cada grau tem seu papel na construção do Templo. O Venerável Mestre, posicionado no centro, harmoniza essas forças, simbolizando a unidade da Loja.
Hoje, as colunas continuam a inspirar os maçons como símbolos de resiliência e propósito. Em um mundo marcado por divisões, elas ensinam que a força sem direção é vazia, e a estabilidade sem ação é estéril. Boaz e Jachin são, portanto, faróis na jornada maçônica, guiando o iniciado rumo à sabedoria e à fraternidade, pilares que sustentam não apenas o Templo, mas a própria Ordem.
Referência Bibliográfica
JUNIOR, R. Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz. [s.l: s.n.].

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