A Geometria Sagrada e seu Lugar na Filosofia Maçônica

Introdução

A Geometria Sagrada é um dos pilares simbólicos da Maçonaria, representando a conexão entre o homem, a natureza e o universo. A Ordem vê a Geometria como uma ciência essencial que reflete a ordem e a harmonia divina, ajudando o maçom a compreender a estrutura do universo e sua própria jornada de autoconhecimento. Neste artigo, exploraremos o papel da Geometria Sagrada na Maçonaria e como ela se relaciona com a busca maçônica por sabedoria e perfeição.

1. O Conceito de Geometria Sagrada
   A Geometria Sagrada é uma antiga prática que considera certas proporções e formas geométricas como representações das leis do universo. Elementos como o círculo, o triângulo e a espiral são considerados sagrados em diversas culturas, pois são vistos como “impressões digitais” de uma inteligência divina. Na Maçonaria, essa ciência representa a ordem cósmica e a conexão entre o mundo físico e o espiritual.

   Colin Dyer descreve a Geometria como uma ciência que revela verdades ocultas, permitindo que o maçom compreenda tanto a estrutura do universo quanto a si mesmo. Assim, a Geometria é vista como um espelho da perfeição divina e das leis naturais que regem o mundo. Na prática maçônica, ela é representada por figuras e proporções que promovem o entendimento das forças invisíveis que mantêm o universo em equilíbrio.

2. A Geometria e o Símbolo do Compasso e Esquadro
   Na Maçonaria, o compasso e o esquadro são os principais símbolos da Geometria Sagrada. O compasso representa o espírito, enquanto o esquadro representa a matéria. Juntos, eles simbolizam a união harmoniosa entre o corpo e a alma, entre o físico e o espiritual. Essa união é fundamental para o progresso do maçom, que busca equilíbrio em suas ações e pensamentos.

   Dyer destaca que a Geometria serve como uma metáfora para o aperfeiçoamento do caráter. Da mesma forma que uma construção precisa ser proporcional para ser estável, o maçom precisa desenvolver suas qualidades morais para se tornar equilibrado e justo. O uso do compasso e do esquadro nas cerimônias maçônicas lembra constantemente ao iniciado a importância da retidão e da justiça em seu comportamento.

3. O Número Áureo e a Harmonia Universal
   O número áureo, ou proporção divina, é uma das expressões mais conhecidas da Geometria Sagrada e está presente em diversos elementos naturais, como flores, conchas e até mesmo na proporção do corpo humano. Na Maçonaria, essa proporção é vista como uma representação da perfeição e da harmonia, refletindo o princípio de que o universo opera em equilíbrio.

   A busca pela proporção áurea na vida pessoal e nas ações simboliza o compromisso do maçom com o aperfeiçoamento e o equilíbrio moral. Ao buscar essa harmonia, o maçom é levado a alinhar suas ações com os princípios naturais, respeitando a ordem e a justiça, elementos fundamentais para seu crescimento.

4. A Geometria Sagrada na Maçonaria: Uma Ferramenta de Autoconhecimento
   O estudo da Geometria Sagrada oferece ao maçom uma maneira de entender e respeitar as leis da criação, promovendo uma conexão entre o indivíduo e o cosmos. Dyer sugere que a Geometria na Maçonaria é mais que uma disciplina de conhecimento: ela é um caminho para a iluminação espiritual. Ao contemplar o universo e suas leis, o maçom é convidado a explorar suas próprias verdades internas e buscar a perfeição.

   A Maçonaria utiliza a Geometria Sagrada para ensinar que o mundo é regido por leis precisas e imutáveis, sendo o desenvolvimento do caráter uma construção contínua. A observação dessas leis inspira o maçom a refletir sobre sua própria conduta e seu papel na criação, elevando sua prática maçônica a uma busca pela sabedoria divina.

Conclusão

A Geometria Sagrada representa uma parte essencial da filosofia maçônica, unindo o conhecimento técnico à busca espiritual. Para o maçom, ela é um meio de compreender a ordem divina e aplicar esses princípios em sua vida, alcançando o equilíbrio entre o material e o espiritual. Com base nos ensinamentos da Geometria Sagrada, a Maçonaria oferece um caminho de autoconhecimento e aprimoramento, onde cada símbolo é uma chave para desvendar os mistérios do universo.

Referência Bibliográfica

DYER, Colin. O Simbolismo na Maçonaria. [s.l: s.n.]